De acordo com Piaget, o
desenvolvimento cognitivo é um processo de sucessivas mudanças qualitativas e
quantitativas das estruturas cognitivas derivando cada estrutura de estruturas
precedentes. Ou seja, o indivíduo constrói e reconstrói continuamente as
estruturas que o tornam cada vez mais apto ao equilíbrio.
3. Período Operatório-concreto (7 a 11 anos) - No final do período pré-operatório, após sucessivas equilibrações, é que a inteligência infantil se torna apta a realizar operações intelectuais (uso do pensamento lógico e objetivo). No período anterior, a criança não era capaz de perceber que é possível retornar mentalmente ao ponto de partida de uma ação que fora realizada. Por exemplo, se lhe fosse pedido para colocar três laranjas em um monte e depois lhe fosse pedido para retirar as três laranjas do monte, a criança não seria capaz de perceber que o número de laranjas ficou o mesmo. Essa forma de operação mental chama-se reversibilidade, e o pensamento operatório é reversível, ou seja, o sujeito pode retornar, mentalmente, ao ponto de partida. A criança opera quando é capaz de compreender que, se uma porção de argila é utilizada para fazer uma bola, e, em seguida, a bola for transformada em uma salsicha, a quantidade de argila utilizada é a mesma. A reversibilidade é uma característica do pensamento lógico, a qual possibilita a construção de noções de conservação de massa, volume, etc.
Essas construções seguem um padrão
denominado por Piaget de estágios que seguem idades mais ou menos
determinadas. Todavia, o importante é a ordem dos estágios e não a idade de
aparição destes.
Cada estágio caracteriza a aquisição
de novas formas de agir e pensar, mais adequadas para a adaptação do indivíduo
ao meio. Os estágios sucedem-se em uma ordem fixa, porém as idades atribuídas
ao aparecimento de cada estágio não são rígidas, havendo grande variação
individual. Além disso, cada estágio é sempre integrado ao seguinte, ou seja,
as aquisições ocorridas em um período constituem pré-requisitos para a passagem
a outro estágio de desenvolvimento.
Os estágios ou períodos de desenvolvimento
definidos por Piaget são:
1. Período Sensório-motor (0 a 2 anos) - O
desenvolvimento cognitivo inicia-se a partir dos reflexos (comportamentos
inatos) os quais que se transformam em esquemas de ação (chupar, olhar, pegar,
puxar, balançar, etc.). Por exemplo: o reflexo inato de sugar o seio assimila
novos elementos do meio (o dedo, a mamadeira, a roupa) e, ao mesmo tempo, vai
sendo transformado nessa interação com o mundo (processo de acomodação), pois
sugar o seio é diferente de sugar outros objetos. Esse período inicia-se ao
nascimento e vai até por volta dos dois anos de idade. Nesse momento do
desenvolvimento, a criança baseia-se exclusivamente em percepções sensoriais,
em ações motoras para resolver problemas e conhecer o mundo (olhar, ouvir,
cheirar, tocar, chupar, morder, pegar, puxar, jogar, engatinhar, andar, entre
outros). A construção de esquemas cada vez mais complexos possibilita o
aparecimento da função simbólica - capacidade de representar eventos - a qual
será gradualmente construída ao longo do segundo ano de vida. Algumas noções
importantes começam a ser construídas, como a noção de espaço, tempo e
causalidade.
2. Período Pré-operatório (2 a 6
anos) - O principal
progresso desse período é o desenvolvimento da função simbólica, o que altera
drasticamente a maneira como a criança resolve seus problemas no meio. A
criança começa a usar símbolos mentais – imagens ou palavras – para representar
objetos que não estão presentes. É então capaz de libertar-se do universo
restrito do aqui-e-agora, pois adquiriu a capacidade de representar eventos, de
evocar o passado e de referir-se ao futuro. O desenvolvimento da fala é também
significativo: se aos dois anos a criança possuía um vocabulário de 270
palavras, já aos três anos possui um vocabulário de cerca de 1.000 palavras. A
inteligência é caracterizada, portanto, pela capacidade de a criança realizar
ações mentais, porém essas são diferentes daquelas do indivíduo adulto. A
capacidade de raciocinar da criança ainda é pré-lógica, pois ela toma como base
a sua própria experiência para explicar fatos da realidade, por isso o
pensamento pré-operatório recebe o nome de pensamento egocêntrico. A criança
nessa idade tem dificuldade para julgar e entender a vida cotidiana a partir de
princípios gerais.
A percepção que a criança tem dos
eventos e dos objetos determina o raciocínio que faz sobre eles. Por exemplo:
pode achar que ficou noite porque o sol foi dormir; considera justa a partilha
de um refrigerante com o irmão se o líquido ficar em altura igual nos dois
copos, independentemente do formato do copo.
3. Período Operatório-concreto (7 a 11 anos) - No final do período pré-operatório, após sucessivas equilibrações, é que a inteligência infantil se torna apta a realizar operações intelectuais (uso do pensamento lógico e objetivo). No período anterior, a criança não era capaz de perceber que é possível retornar mentalmente ao ponto de partida de uma ação que fora realizada. Por exemplo, se lhe fosse pedido para colocar três laranjas em um monte e depois lhe fosse pedido para retirar as três laranjas do monte, a criança não seria capaz de perceber que o número de laranjas ficou o mesmo. Essa forma de operação mental chama-se reversibilidade, e o pensamento operatório é reversível, ou seja, o sujeito pode retornar, mentalmente, ao ponto de partida. A criança opera quando é capaz de compreender que, se uma porção de argila é utilizada para fazer uma bola, e, em seguida, a bola for transformada em uma salsicha, a quantidade de argila utilizada é a mesma. A reversibilidade é uma característica do pensamento lógico, a qual possibilita a construção de noções de conservação de massa, volume, etc.
Nesse momento, a fantasia e a
realidade não mais se misturam no pensamento da criança, e ela é capaz de
operar mentalmente (com lógica) através da manipulação de objetos concretos. Os
esquemas cognitivos do indivíduo são ferramentas que ainda dependem de dados
empíricos.
4. Período Operatório-formal (12 a 16
anos) - A principal
característica da etapa operatório-formal é que o pensamento se torna livre das
limitações da realidade concreta. O adolescente é capaz de realizar problemas
matemáticos sem manipular objetos, ou seja, é capaz de raciocinar abstratamente
e de refletir sobre situações hipotéticas de maneira lógica. Ele organiza os
dados da experiência em relações lógicas e começa a questionar a realidade
formulando hipóteses e possibilidades para solucionar problemas cotidianos.
De acordo com Cunha (2000), é nessa
fase que o jovem imagina sociedades alternativas e sistemas filosóficos
alternativos, visto que: “Abre-se, para a pessoa, todo um horizonte novo de
perspectivas de vida e de transformação, de si mesmo e do mundo, realidade que
ele agora começa a dominar por meio de recursos intelectuais mais avançados.”
(CUNHA, 2000, p.91).
A tabela abaixo mostra as
palavras-chave que definem as diferentes etapas do desenvolvimento da
inteligência segundo Piaget:
Referências
CUNHA, M.V. Psicologia da Educação.
São Paulo: DP&A, 2000.
OBS.: O texto acima é parte do artigo
disposto no Curso de Psicologia da Aprendizagem (que eu estou fazendo) do
site: Prime Cursos. As imagens são
retiradas da Internet.
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